domingo, 16 de março de 2014

Crítica - The King of Comedy – 1983 – Martin Scorcese

"But I figure it this way: better to be king for a night, than schmuck for a lifetime!"

O «Buraco» não é parolo, muito menos bartolo ou simplório (embora por vezes o aparente). Também não tem a mania de que sabe mais que os outros: tem simplesmente uma mente divertida com muito para oferecer.

Ora, este clássico de Martin Scorcese reflete exatamente o nosso estilo de vos dar a conhecer o que anda por aí de bonito e inesquecível.

Sim, todos vocês provavelmente já viram Taxi Driver, Raging Bull, Goodfellas, etc... E basicamente o conhecimento da parceria DeNiro/Scorcese fica por aí. Este é o Scorcese que sempre soubeste que existia, mas nunca ousaste dizê-lo em voz alta.

Esta sátira maníaca, e por vezes doentia, de uma América a precisar de heróis, é o estado puro da mente de Scorcese: cheia de referências culturais e ataques em todas as direcções, especialmente aos media e ao "Star System" que floresce nas terras do Sol Poente.

Passado em Nova York (onde mais poderia ser?), o filme conta a história de um aspirante a comediante, Rupert Pupkin, que, obcecado pelo seu ídolo de sempre, o famoso apresentador de talk-shows, Jerry Langford, inventa esquemas e situações no minimo, chatas, para que que consiga ser convidado no seu talk-show.

Rupert, é mostrado a principio como um daqueles quarentões que vivem em casa da mãe e que nunca tiveram a coragem de fazer os seus sonhos tornarem-se realidade.



No entanto, com tudo o que vamos aprendendo sobre ele, descobrimos que tem uma alma de criança, que nenhuma das suas emoções é falsa, e que por muito que o filme mude de tom, ele não muda como pessoa: no fim, continua a ser o mesmo homem inocente que "ajuda" o seu idolo a escapar a uma multidão de fãs histéricas.

Robert DeNiro é um dos actores mais completos e corajosos que alguma vez apareceu no grande ecrã. Na pele de Pupkin, DeNiro mostra os seus dotes de... Eu diria comediante, mas não é pela capacidade de rir que DeNiro brilha, mas na sua capacidade de nos fazer acreditar neste herói que mais faz lembrar um desenho animado.

É também uma mensagem sobre como perseverança constante pode mudar a nossa vida: basta termos os "huevos" para usar a imaginação e fazer o que preciso para atingirmos os nossos sonhos.

Este filme que transborda com estilo, mas também momentos que te vão deixar incomodado pela sua realidade em relação a desejos e crenças intimas que todos temos, mas por vezes não dizemos.



Bottom line:

Por vezes, não é preciso ser talentoso, apenas persistente. Não é preciso ser rico, apenas corajoso.

E no acto final, onde supostamente o mundo inteiro se iria rir, eu não tive vontade nenhuma de o fazer. Mas suponho que vás no minimo sorrir ao perceber melhor que todo o "rebanho" daquele canal de televisão o que se passava, e como todos nós, de alguma forma, fomos ou iremos ser Rupert Pupkin.

Simon Says that this movie is a...



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