domingo, 16 de março de 2014

A SÉRIE PARA TI! – THE WALKING DEAD

No Spoilers.

Tinha 6 anos quando li o «Harry Potter e a Pedra Filosofal». Tinha 12 quando li «Eragon». Tinha 14 quando li «A Irmandade do Anel». Pode-se dizer que sempre fui fã de fantasia: daí a minha confusão quando oiço o argumento «não gosto, porque é impossível de acontecer».

Já o ouvi acerca de «The Lord of the Rings», já o ouvi acerca de «Star Wars», já o ouvi acerca de «Game of Thrones»…

Também já o ouvi acerca de «The Walking Dead».

Recentemente tenho lido muitas queixas em relação a esta série:

«Ah, e tal, tá uma ganda seca!» ou «É sempre a mesma porcaria! Só berbicachos com o raio dos zombies! As gajas a correr e gritar feitas Fanny e os gajos a armarem-se em Avengers! Vou mas é ver o Factor X!»

Epá, como podem imaginar, isto aborrece! Quer dizer, sempre é melhor do que relatos de Facebook durante um derby, mas não deixa de ser cansativo ler tantos comentários negativos sem argumentos a sustentá-los.

Meus amigos, estou aqui para vos comunicar que esses comentários estão certos.

«O quê? A sério?»

Sim, é verdade. A série da AMC está a perder o fulgor que revelou ter, principalmente na 1ª 
temporada. 



O sentimento de incerteza, de sobrevivência do mais forte, do desabrochar dos instintos mais básicos…

Era o lado animal do ser humano que estava a ser explorado, e o público adorava.

Estamos na 4ª temporada: já conhecemos os defeitos, as atitudes e os desejos. Já sabemos as armas favoritas e os cortes de cabelo. No entanto, Frank Darabont (criador da série), Robert Kirkman (criador da B.D original) e os restantes guionistas estão definitivamente atrofiados do cérebro.

Numa altura em que espectadores por todo o mundo choram o fim de «Breaking Bad», (uma série que revolucionou as produções televisivas em termos da imprevisibilidade e inteligência de escrita) os responsáveis por «The Walking Dead» deveriam ter tacto suficiente para perceber que o público se tornou mais exigente.

A maneira extenuante como cada uma das personagens é desenvolvida torna-se chata e repetitiva. 

Claro, temos de nos identificar e perceber as personagens para termos medo de as perder.

Só que eu nunca vi uma série (na qual a morte fosse «normal») com uma taxa de sobrevivência de personagens principais tão grande!

«Ei ei! Mas morrem pessoas sim, seu badalhoco!»

Certo! Mas por qual delas tinhas alguma afinidade? Qual delas não foi uma completa besta, cometendo actos inumanos para com os outros?

O público cansa-se: precisa de algo inteligente e inesperado que o faça voltar a gastar 45 minutos na semana que vem. Obviamente que não espero resoluções de génio ao estilo de «Dexter», mas alguma astúcia e originalidade na maneira como os problemas surgem seria bem-vinda.



Claro que se os ratings forem analisados nada da minha conversa importa: esta será provavelmente a temporada mais (legalmente) vista de toda a série!

Ninguém vê «The Walking Dead» à espera de chorar com a perda de uma família inteira, ou para se rir de um bebé a planear dominar o mundo: «The Walking Dead» é visto por causa dos zombies e das pessoas que os matam. E pelos 20 minutos por episódio (muitas vezes menos) que isso acontece, o público aplaude.

Já estão acostumados às personagens, querem revê-los todas as semanas e certificar-se de que estão bem: como uma reunião de família. Uma daquelas famílias chatas que só falam do que os vizinhos vestem e das doenças que por aí «andam».

A série precisa de acordar: umas quantas semanas cheias de adrenalina mais um BANG antes do final era um remédio santo! E da maneira como estes dois últimos episódios acabaram talvez haja esperança: ainda que seja algo fantasiosa.

Pode-se dizer que sempre fui fã de fantasia. Daí a minha confusão quando oiço o argumento «já não gosto de Walking Dead, porque é impossível ficar bom outra vez».


No final da temporada fazemos contas.

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